As representações eróticas incluem pintura artística, esculturas, fotografia, fases dramáticas, composições musicais e literárias que mostram cenas de natureza sexual. Têm sido criadas por quase todas as civilizações, antigas e modernas. As culturas primitivas associavam com freqüência o ato sexual com forças sobrenaturais e por isso sua religião está entrelaçada com estas representações. Em países asiáticos como a Índia, Nepal, Sri Lanka, Japão e China as representações de sexo e arte erótica têm significados espirituais específicos dentro das religiões nativas do hinduismo, budismo, shinto e taoísmo. Os antigos gregos e romanos produziram muita arte e decoração de natureza erótica, grande parte do mesmo integrado com suas crenças religiosas e práticas culturais.
Na primeira metade do século XIX, o nu foi um dos temas preferidos dos artistas. Vinculou-se às disciplinas desportivas e às ciências, perdendo suas características eróticas. Conquanto a repressão quanto à sexualidade era severa e muitos artistas (fotógrafos ou pintores) viram a possibilidade de registrar o corpo humano nu. A primeira aproximação ao nu fotográfico foi realizada pelo francês Louis Jacques Mandei Daguerre quando tirou em 1839 uma fotografia sobre estátuas de gesso e a chamou “Natureza morta com esculturas”: as mesmas faziam alusão às "Três Graças" no estilo da Antiguidade Clássica.
O processo de Daguerre não permitia a representação da figura humana pela necessidade de longas exposições; apenas esculturas da forma humana em suas naturezas mortas. Eróticas, lânguidas e vigorosas figuras femininas. No entanto, ninguém tem comentado jamais a respeito deste elemento erótico de seu trabalho, mas seguramente não passou desapercebido.
Não se sabe exatamente quando se realizou o primeiro nu e também quem o fez. Em 1845 aparecem as primeiras vistas em forma de daguerreótipos de pequeno tamanho. Geralmente essas mulheres eram prostitutas, bailarinas ou jovens anônimas que por dinheiro deixavam se fotografar para serem imortalizadas.
Em um primeiro momento, este gênero, alimentou-se de todas as poses da pintura. Ao mesmo tempo a exibição explícita dos genitais, o coito heterossexual e as relações lésbicas começavam a mostrar em cena. Nesse momento a perseguição a realizadores e comerciantes era implacável. Os autores escondiam-se no anonimato, pois se expunham a multas e penas de cárcere. O negócio do nu fotográfico era muito rentável. As primeiras imagens, por seu preço, só se moviam nas “altas esferas”. Quando chegou o negativo-positivo se fez menos custoso e mais rápido. Começou-se a massificar e tão grande foi seu auge que nem as leis puderam com ela.
Alguns pintores, como por exemplo, Eugene Delacroix, começaram a flertar com a fotografia. A fotografia erótica surge não como um campo de representação inédito, senão como uma idéia que agora era apresentada em um suporte extraordinário. Conquanto o fetiche sempre esteve aí, se realizava de outras formas, o que faz a fotografia, envolvida em todo o renome que assumiu como a representação mesma da realidade, é dar continuidade a esse conteúdo tão procurado, e agora bem mais. A história da fotografia vai demonstrar o impacto que essas imagens causaram o a sociedade, mais como um reflexão dela mesma – ou do que a própria iria ver - que uma condicionante. O nível das fotografias mudou, se algumas se vinculavam estreitamente com as belas artes, com uma busca pelo refinamento, pelo ideal da beleza, outras iam direto ao ponto no que toca ao objetivo: a desnudez por ela mesma.
Pode entender-se que estas imagens constituem um lucro muito significativo na evolução da história da fotografia e a arte.São manifestações de uma longa tradição e uma cultura altamente sofisticada. É a essência especial da fotografia tomada e aplicada com brilho para criar formas pictóricas, inovadoras, que têm influenciado a fotografia e a cultura até nossos dias, esse período inaugura uma tendência que segue se reproduzindo até hoje.
Bruno C. Garcia - editor.
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